quinta-feira, 19 de julho de 2012

COMO SERIA SE O URUGUAI AINDA FOSSE BRASILEIRO?


                                  
COMO SERIA SE O URUGUAI AINDA FOSSE BRASILEIRO?

O Mercosul não existiria. E o Brasil, um império do futebol, teria outras e mais complicadas desavenças do que a bola com a Argentina.

Que maravilha! Seriamos soberanos absolutos no futebol. Nas escolas, as crianças talvez aprendessem duas línguas oficiais, o português e o espanhol. Se bem que, até cerca de 1870, metade da população falava português. "À época, o governo teve de baixar normas para obrigar o ensino de espanhol", afirma a historiadora Heloísa J. Reichel, da Unisinos-RS. E a Cisplatina (que quer dizer "do lado de cá do Rio da Prata") deixara de ser um território brasileiro havia quase meio século...
Em 1824, Dom Pedro I instalou um governo na região após o general Carlos Frederico Lecor expulsar os portugueses, ao fim da Guerra de Independência. Lecor distribuiu 30% do território para fazendeiros gaúchos (alguns estão la até hoje). "Os brasileiros tiveram uma política imperialista na Cisplatina, em contraste com o ideal republicano de José Gervásio Artigas, líder dos uruguaios", diz a historiadora Laís Olivato, da USP. Fazendeiros uruguaios, então, decidiram se unir à Argentina e declararam guerra ao Brasil. Os portenhos aderiram à causa, e 8 mil soldados brasileiros morreram. Mas o conflito resultou num impasse. A Inglaterra resolveu a questão. Interessada em reabrir o comércio no Rio da Prata, fez os dois países engolirem um tratado de paz, que criou a Banda Oriental do Uruguai em 4 de outubro de 1828.
E, por pouco, evitou que a Argentina se transformasse em nosso rival de morte na América do Sul. Fosse a Cisplatina brasileira, é de se supor que a região teria tensões permanentes na fronteira, definida pelo rio.

                                                     

12ª Economia

O Uruguai seria só o 12º estado mais rico do país. Parte do caixa uruguaio é abastecida pelo dinheiro que entra porque a nação é um paraíso fiscal. Restaria a produção pecuária, o que consolidaria a posição do Brasil como maior exportador de carne do planeta. Considerado o PIB per capita, a Cisplatina estaria em 5º lugar.

Miscigenação

Montevidéu foi fundada em 1726 por espanhóis, interessados em criar uma base militar. A maior parte dos índios dali já havia desaparecido. Com a integração ao Brasil, a colonização da área teria maior miscigenação. È o que sugere os números. Hoje, no Uruguai, são 88% brancos, 8% mestiços e 4% negros (quase não há índios). E no Rio Grande do Sul, 82,3%, brancos 5,9% negros, 11,4% pardos e 0,4% índios.

“Super-Farroupilha”

José Gervásio Artigas, o herói uruguaio, estaria entre os líderes da Guerra dos Farrapos (1835-1845). Bento Gonçalves obteve armas e dinheiro com o apoio secreto de uruguaios, que vendiam o gado gaúcho, furando o bloqueio naval no Brasil. Ao comprovar essa aliança, o Império acusou Bento de traição, o que retardou um acordo de paz. Não é difícil supor que, com a ajuda formal dos uruguaios, a Revolução Farroupilha fosse mais  longa. Se é que Cisplatina, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, vitoriosos não decidissem formar um novo país.

Azul e branco

O uniforme canarinho não existiria. Até a derrota na final da Copa de 1950 (justamente para os uruguaios), o traje era branco, com detalhes azuis. Após o trauma, veio a camisa verde e amarela

Heptacampeão?
Temos 5 títulos mundiais e eles têm 2. Se fôssemos um só país, ou a Copa de 1930 não seria lá (eles venceram) ou  a de 1950 não seria aqui ( Brasil e Uruguai decidiram). Mesmo assim, em 1930, eles eram quase imbatíveis. E, em 1950, a soma do talento brasileiro com a raça uruguaia era insuperável.

A Seleção Brasileira seria:
1.      Muslera
2.      Daniel Alves
3.      Lúcio
4.      Lugano
5.      Ralf
6.      Álvaro Pereira
7.      Forfán
8.      Ramires
9.      Suárez
10.  Ganso
11.  Neymar
Técnico: Oscar Tabárez

Sem Mercosul

Dificilmente o pacto sairia do papel, já que as duas maiores economias do bloco teriam provavelmente tensões territoriais. O Brasil seria obrigado a arrumar outros fornecedores de trigo, um dos principais produtos importados da Argentina hoje pelo país. E o pão seria mais caro.

Fonte: Revista Aventura na História, Setembro 2011, Edição 98, Editora Abril